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sábado, 8 de setembro de 2012

FOFOCAS NA IGREJA



"Não andarás como mexeriqueiro entre o teu povo; não atentarás contra a vida do teu próximo. Eu sou o SENHOR." Levítico 19.16
Penso que o motivo real porque Deus nos deixa transmitir algo sobre a "fofoca", é que esse problema de maneira nenhuma nos é estranha. Nós não somente ouvimos fofocas, também as espalhamos e nós mesmos fomos vítimas delas. E acreditem: Todas as três coisas doem ao Senhor da mesma maneira!
Quando conto adiante algo que eu deveria Ter ficado para mim, normalmente o justifico com as palavras: "Precisamos de qualquer maneira orar por fulano ou sicrano, ele tem o seguinte grave problema..." Mas então normalmente não oramos, mas falamos bastante sobre o assunto. Naturalmente sempre foi altamente interessante ficar sabendo das últimas histórias sobre uma pessoa ou uma obra.
I). O QUE É FOFOCA?
Por ocasião da nossa conversão a Jesus, deixamos os "grandes pecados" como por exemplo, mentir, roubar, beber, enganar, uso de drogas, etc. Começamos a passar nosso tempo com nossos novos amigos, falando a respeito de nosso Senhor, sobre nossa vida e sobre o que acontecem à nossa volta. Complemente inofensivo... pensamos. Mas, observemos a coisa um pouco mais de perto! Quantas vezes essas conversas estão cheias de julgamentos, de boatos, de "ouvi dizer"... escondidos cuidadosamente atrás de um sorriso cristão!
Já sabias que a bíblia fala muito sobre fofoca? E não se trata de um "pequeno pecado", como muitos de nós pensamos. Na bíblia está escrito: "...a boca perversa, aborreço" (Prov. 8:13). Deus nos ordena: "Não andarás como mexeriqueiro entre o teu povo." (Lev. 19:16). Ele também diz: "...aprendam também a viver ociosas, andando de casa em casa; e não somente ociosas, mas ainda tagarelas e intrigantes, falando o que não devem." (I Tim. 5:13). E no Salmo 101:5, Deus diz: "Ao que as ocultas calunias o próximo, a esse destruirei." Deus é de opinião que pessoas tagarelas não o reconhecem, estando entregues aos seus pensamentos corrompidos. Ele equipara pessoas difamadoras com aqueles que não merecem confiança, como assassinos e aborrecedores de Deus. Ele continua, dizendo que aqueles que fazem tais coisas, sabem que merecem a morte. Mas isso não os impede de continuar a fazê-las e até a animar outras a praticá-las (Rom. 1:28-32).
Além disso as fofocas não precisam ser obrigatoriamente mentirosas. Muitos pensam: "O assunto é verdade, por isso posso contá-lo a todos." Mas isso não está certo! Dizer a verdade com falsos motivos pode Ter efeito ainda mais funestos do que falar inverdade. A seguinte definição de "fofoca" deixa isso claro: Falar algo de alguém é fofoca, quando o que é dito não contribui para a solução do problema da pessoa em questão.
II). ORIENTAÇÃO NA BÍBLIA
Quando somos ofendidos por alguém ou vemos que alguém vive em pecado, temos que ir a essa pessoa e a nenhuma outra! (Mat. 18:15,16). Se alguém vive em pecado, que valor teria, falar a respeito a outros? O que os outros irão fazer a respeito? Ao invés disso, é nossa tarefa reconduzir o irmão ou a irmã à comunhão com Deus. Poderias mostrar-lhe o ponto escuro em sua vida, que o Senhor gostaria tanto purificar. Se a pessoa não der ouvidos, deve-se dar outros passos. "Irmãos, se alguém for surpreendido em alguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-lo, com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejais também tentado." (Gal. 6.:1)
III). ENVOLVER OUTROS
Transmitir a outros nossas mágoas e amarguras e ouvir quando eles falam das suas, é outra área em que devemos ser bem cuidadosos. Se alguém feriu teu amigo, e este te falar da sua dor, provavelmente ficará ofendido por simpatia por ele. Então também te sentes ofendido e talvez ficas bravo com a pessoa que fez tal coisa ao teu amigo. Mais tarde é possível que os dois se reconciliem, e tudo estará perdoado e esquecido. Mas um problema permanece: Tu continuas amargurado!
Uma briga causada por um pequeno incidente, pode ter conseqüências muito amplas e estender-se por muito tempo, dependendo de quantas pessoas tomam conhecimento dela. Vês, é complemente injustificável envolver outros em tuas mágoas. Não temos o direito de ir a outro, exceto a Deus e aquele que nos ofendeu.
IV). A DIFERENÇA ENTRE ACONSELHAMENTO E FOFOCA
Muitas vezes, fofocas e difamações são camufladas como "aconselhamento espiritual". Nada existe de condenável no aconselhamento espiritual, se realmente falar com conselheiro espiritual, um conselheiro espiritual é um crente maduro, que te exorta numa vida espiritual e à reconciliação, que aponta seu pecado na situação que está sendo analisada! Ele não exagera a importância da questão e não fica logo ofendido pessoalmente. A ele interessa principalmente a vontade de Deus, não a tua.
Na maior parte das vezes, nem procuramos seriamente uma solução quando falamos com alguém sobre um problema, mas somente um ouvinte compassivo, que também defende nosso ponto de vista. Parece-nos indiferente, quantas divisões provocamos, enquanto pudermos atrair pessoas para o "nosso lado". "Seis coisas o Senhor aborrece, e a sétima a sua alma abomina: olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que trama projetos iníquos, pés que se apressam a correr para o mal, testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contenda entre os irmãos." (Prov. 6:16-19)
V). "MAS ESTOU SOMENTE OUVINDO!"
Muitos de nós pensamos que somente ouvir não é tão grave quanto espalhá-las. Mas isso não é verdade! Deus diz: "O malfazejo atenta para o lábio iníquo; o mentiroso inclina os ouvidos para a língua maligna." (Prov. 17:4).
Em I Samuel 24:9, Davi exorta a Saul: "Porque dás tu ouvidos às palavras dos homens que dizem: Davi procura fazer-te mal?" Sim, porque lhes damos ouvidos?! Porque estamos tão rapidamente dispostos a acreditar o pior? Na bíblia está escrito: "(o amor) tudo espera" (I Cor. 13:7). Porque não respondemos educada mas decididamente: "Desculpe, tenho a impressão que você está contando algo, que eu nem deveria ouvir. Você deveria contá-lo ao Senhor e aquele quem se refere, mas a mim não."
Algumas exortações desse tipo, mataria em germe a maior parte das histórias de mexericos. Ao menos, elas impedirão as pessoas de vir a ti com sua conversa fiada. Talvez, assim também as estimule uma vez a pensar sobre coisas mais importantes que os assuntos de outras pessoas. A bíblia nos adverte claramente sobre o envolvimento com fofocas: "O mexeriqueiro revela o segredo, portanto não te metas com quem muito abre seus lábios." (Prov. 20:19)
VI). UM SINAL DE MATURIDADE
"Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no dia do juízo." (Mat. 12:36). Em cada palavra que dizemos, tomamos uma decisão. Ou nos decidimos a glorificar a Deus ou a entristecê-lo, rebelando-nos contra sua palavra; "Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim, unicamente a que for boa para edificação." (Ef. 4:29).
Freqüentemente não levamos a sério a ordem de Deus para controlar nossa língua. Trata-se, entretanto, de uma das características de um crente maduro. Tiago diz: "Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a sua língua, antes enganando o próprio coração, a sua religião é vã." ( Tiago 1:26). Sabemos que o coração é enganoso mais do que todas as coisas (Jer. 17:9), e assim seria fácil justificar desse modo nosso comportamento errado.
VII). UM PENSAMENTO FINAL
Fofoca e difamação, são instrumentos de Satanás. Ele sabe: se consegui dividir-nos e fazer com que lutemos entre nós, estaremos muito ocupados para lutar entra ele. Temos que parar e pensar, antes de falar! Deveríamos decidir em nosso coração, nunca mais dar ouvidos a fofocas ou espalhá-las! Isso é possível pela graça de Deus e através da nossa decisão de fazer a escolha certa! Talvez tenhas que pedir desculpas a alguma pessoa. Talvez será preciso revelar amarguras e curá-las. Vai primeiro a Deus e deixa Ele ordenar teu coração! Ele também te dará forças para fazer o restante: (Apoc. 19:7)

Autor: Pr. Elmut Rossi
São Paulo, Junho de 1.987
Fonte: palavraprudente.com.br
 

 

terça-feira, 28 de agosto de 2012

O INCOMPARÁVEL


Ao longo das últimas semanas você tem sido convencido em Espírito que Cristo foi alguém sem precedentes.  Sendo Homem, sendo Deus, sendo exemplo... Porém, hoje quero que você O veja de um modo totalmente diferente. Você já pensou nEle como moeda? E antes que estranhe a pergunta, gostaria de explicar um pouco esse raciocínio.
É plenamente normal, sempre que alguém vai viajar a pessoa relevar qual é a moeda corrente de um determinado país. Na Europa, predominantemente, tem-se o Euro. Nos EUA, o dólar. Se chegarmos a algum desses locais com o nosso querido Real em mãos, dificilmente conseguiremos executar alguma negociação cambial. Desse modo, você teria dificuldades para comprar alimento, arcar com as despesas de estadia e por aí em diante.
Agora, pense comigo. Imagine você viajando para um país chamado Reino de Deus. Que moeda se utiliza nesse reino de dimensões espirituais? Como chegamos até lá? E é nisso que quero conversar sobre a incomparabilidade de Jesus.
 Ele foi, é e será o pagamento da sua passagem de entrada nesse reino e, mais tarde, nos céus. Se você morresse pelos seus pecados seria feita justiça e você não receberia nada. Seria como tentar comprar algo nos EUA com Reais. Somente o sangue de Jesus, a moeda certa, foi e é capaz de sanar essa dívida. Quando Ele morreu por nossos pecados, fez-se misericórdia. E quando você reconhece e aceita esta misericórdia, recebe além do livramento da dívida a reconciliação com Deus. Isso pode ser observado em Colossenses 1.19,20. “Pois foi do agrado de Deus que n’Ele habitasse toda a plenitude, e por meio d’Ele reconciliasse consigo todas as coisas, tanto as que estão na terra quanto as que estão no céu, estabelecendo a paz pelo seu sangue derramado na cruz.”.  Se não a aceita, perde Sua misericórdia e recebe justiça sobre sua dívida.
Já, para que você pudesse se relacionar no universo Espiritual, Cristo abriu  acesso ao Espírito Santo. É uma como adquirir uma conta com crédito infinito na moeda corrente do Reino Espiritual. Ou seja, Jesus não apenas sanou a dívida, mas foi além, garantido-lhe crédito com Deus por intermédio do Espírito. E para que tudo isso chegue até você, basta aceitar o sacrifício dEle.
Jesus Cristo superou em tudo a todos. E para finalizar, vale a pena observar dois versículos que tratam dos efeitos do preço pago por Ele.“Vocês foram comprados por alto preço. Portanto, glorifiquem a Deus com o corpo de vocês.” (I Co 6.20). “Vocês foram comprados por alto preço; não se tornem escravos de homens” (I Co 7.23). Todo crédito Àquele que é tudo... nossa moeda incomparável!
Por Fernando de Melo

domingo, 19 de agosto de 2012

SERVIR É SOFRER


Se o apóstolo Paulo convivia com fadiga, frustração e medo em seu ministério, o quê nos faz pensar que podemos evitá-lo no nosso?
Por Ajith Fernando
Escrevo logo após participar de uma semana de ministração a pastores em meu país, o Sri Lanka.Eles atuam na região sul da Ilha de Ceilão, uma região marcada por sangrentas lutas separatistas e por muitas restrições ao exercício da fé cristã. Muitos deles trabalharam dez, 15 anos, antes de ver algumas conversões genuínas ao Evangelho, e a preço alto: foram agredidos, sofreram falsas acusações e ameaças de morte, tiveram templos apedrejados e filhos perseguidos na escola. Há aqueles que, infelizmente, desistem depois de alguns anos enfrentando toda sorte de dificuldades para tornar o nome de Cristo conhecido por seguidores do budismo e do hinduísmo, crenças professadas por mais de 80% dos cingaleses.
Sinto-me por vezes humilhado e envergonhado pela maneira como me queixo dos meus problemas, que são ínfimos em comparação com o daqueles irmãos. Quando faço ministrações no Ocidente, meus sentimentos são muito diferentes.Lá, sou capaz de “usar meus dons” e passo a maior parte do tempo fazendo coisas de que gosto.Tudo é mais fácil e prático! Mas, quando eu volto a ser líder em uma cultura como a do Sri Lanka, a frustração me assalta. A transição entre ser um palestrante diante de plateias cristãs em países da Europa ocidental ou dos Estados Unidos e ser um líder cristão em minha terra é difícil.Por isso mesmo, tenho pensado muito na questão do sofrimento na vida cristã. Como líder, segundo as Escrituras, eu sou servo das pessoas com que convivo. O cumprimento de minha vocação no Reino de Deus tem um caráter distinto, diferente do que significa satisfação perante a sociedade. O próprio Jesus disse: “Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e consumar a sua obra” (João 4.34).Então se fizermos a vontade de Deus, estaremos felizes e satisfeitos? Não, não é bem assim. Para Jesus, fazer a vontade do Pai significou enfrentar a cruz. Por que deveria ser diferente para nós?
A cruz deve ser um elemento essencial na nossa definição de realização pessoal. Tenho visto jovens cristãos que voltam ao Sri Lanka depois de estudar no Ocidente. Eles retornam altamente qualificados, mas a nossa nação pobre não pode dar-lhes o reconhecimento que suas habilidades adquiridas lá merecem. Então, eles se veem compelidos a lidar com a frustração ou abandonar de vez o país. Alguns montam suas próprias organizações, de modo a cumprir o que acreditam ser sua visão. Outros tornam-se consultores, dando treinamento e assessoria especializada a quem pode pagar por isso. E há, também, aqueles que pagam o preço de se identificar com o nosso povo e, finalmente, ter um profundo impacto sobre esta nação.Tento mostrar a eles que sua frustração poderia ser o meio para o desenvolvimento de uma mais visão profunda.Cito os exemplos de homens como Calvino e Lutero, que tiveram uma enorme variedade de ocupações e responsabilidades, de modo que só podiam usar os seus dons em meio ao cansaço. No entanto, os frutos de seu trabalho como líderes e escritores ainda abençoam a Igreja.
A teologia de Paulo no Novo Testamento enfatizou a necessidade de suportar pacientemente a frustração que vivemos em um mundo caído, aguardando o resgate da criação.Para o apóstolo, a natureza geme por causa de nós e vive essa frustração, conforme Romanos 8.18-27. Creio que não incluímos devidamente essa frustração em nossa compreensão do mundo. Medimos o sucesso de acordo com os padrões do mundo, e não para desafiá-los com a forma radicalmente diferente que a Bíblia ensina como caminho para a realização pessoal, profissional e espiritual. Uma igreja que tem uma compreensão errada dos dons dos seus membros vai certamente tornar-se doente.Esta pode ser uma razão pela qual a Igreja de hoje tem muita superficialidade.
Contemporaneamente, a ênfase na eficiência e nos resultados mensuráveis torna ainda mais difícil suportar a frustração.Nos últimos séculos, o desenvolvimento industrial e tecnológico no Ocidente fez da eficiência e da produtividade seus valores principais.Com o rápido desenvolvimento econômico, as coisas que eram consideradas luxo no passado tornaram-se não só necessidades, como também direitos, mesmo nas mentes dos cristãos.Num ambiente desses, a ideia cristã de compromisso entra em xeque. Costumamos chamar nossas igrejas e organizações cristãs de “famílias”, mas as famílias são muito ineficientes se comparadas a essas organizações eclesiásticas.Em uma família saudável, tudo para quando um de seus membros tem grandes necessidades.Em contrapartida, nós, em nossas comunidades, muitas vezes não estamos dispostos a estender esse compromisso para a vida cristã do corpo.

Compromisso com pessoas – O modelo bíblico da vida em comunidade é a ordem de Jesus para amarmos uns aos outros como ele nos amou. O princípio da liderança cristã é a do Bom Pastor que dá a vida pelas ovelhas, jamais abandonando-as mesmo quando a situação é perigosa (João 10.11-15).Quando Deus nos chama a servi-lo, ele nos chama também para morrer em favor do povo a que servimos. Nós não descartamos as pessoas quando têm problemas e não podem fazer o seu trabalho corretamente, pois servimos justamente para ajudá-las a sair de seus problemas. Nós não dizemos às pessoas para encontrar outro local de serviço quando expressam contrariedade ou mesmo se revoltam contra nós. O certo é trabalhar com elas, até que as partes conflitantes cheguem a consenso entre concordar ou discordar. Mas, quando as pessoas saem de uma igreja porque não se encaixam no programa proposto ali, isso comunica uma mensagem fatal: a de que nosso compromisso é com o trabalho, e não com as pessoas.
O triste resultado disso é que os crentes não têm a segurança de pertencer a uma comunidade que vai ficar e lutar por eles, não importa o que acontecer.Por isso, tornam-se superficiais, nunca desenvolvendo verdadeiros vínculos e jamais crescendo rumo à maturidade. Passam a deslocar-se de grupo para grupo, na expectativa de achar seu porto seguro.Uma igreja comprometida com programas pode crescer numericamente, mas não vai nutrir suficientemente os cristãos bíblicos que entendem as implicações de pertencer ao Corpo de Cristo.Sim, lidar com pessoas é, muitas vezes, frustrante.Mas nós temos de suportar as decepções advindas desse relacionamento, porque Cristo nos chamou para que nos doemos aos outros.
Tempos atrás, preguei sobre compromisso numa de minhas viagens ao Ocidente. No espaço de poucos dias em que durou aquela jornada, fui procurado por algumas pessoas. Todas relataram casos em que conhecidos, quando não eles mesmos, haviam deixado um grupo ou uma pessoa por causa de problemas.Uma dessas pessoas tinha saído de um casamento que considerava infeliz; outra deixara a igreja à qual pertencia por não concordar mais com suas propostas; um terceiro contou que tivera de abandonar o diante de dificuldades incontornáveis com os colegas. Cada uma dessas pessoas descrevia sua saída como uma versão misericordiosa do sofrimento.No entanto, não pude deixar de me perguntar se, em cada um daqueles casos, a única coisa que aquelas pessoas deveriam ter feito, como cristãs, não teria sido para ficar e sofrer.
Muita gente se solidariza comigo e com meu ministério pelo fato de eu servir em um país assolado pela guerra e hostil ao evangelismo. Na verdade, temos sofrido muito por isso, e somos afetados diretamente pela atual situação de Sri Lanka. Há alguns meses, um de nossos funcionários foi brutalmente agredido e morto.Tenho enfrentado diversas lutas durante meu trabalho na Mocidade para Cristo cingalesa, mas posso dizer que essa entidade, ao lado de Jesus e de minha família, tem sido a maior fonte de alegria para mim.  Pela graça de Deus, conto com um grande grupo de pessoas a quem recorro pedindo oração quando tenho necessidades. Uma delas, sem dúvida, é superar o cansaço. Quando escrevo sobre isso, muitos desses amigos de caminhada respondem dizendo que estão orando para que Deus possa me fortalecer e orientar na minha luta diária.
Contudo, existem diferenças na forma como os amigos do Oriente e alguns no Ocidente respondem.Tenho a sensação forte de que muitas pessoas no Ocidente pensam que lutar contra o cansaço por excesso de trabalho é prova de desobediência a Deus.Mas vamos ter de suportar o cansaço quando nós, como Paulo, formos servos do povo de Deus.O Novo Testamento é claro ao dizer que aqueles que trabalham para Cristo sofrerão por causa de seu trabalho.O Senhor nos chama em meio ao cansaço, ao estresse e à tensão.Paulo falou muitas vezes sobre as lutas físicas e mentais que o levaram a sofrer em seu ministério. A lista é longa: abalos emocionais (Gálatas 4.19); raiva (II Coríntios 11.29); noites insones e fome (II Coríntios 6.5); angústia e perplexidade (II Coríntios 4.8); fadiga (Colossenses 1.29).Em declarações que soariam radicalmente contra a cultura contemporânea, o apóstolo disse coisas como “ainda que o nosso ‘eu’ exterior se corrompa, o nosso ‘eu’ interior se renova de dia a dia” (II Coríntios 4.16). E o que dizer do texto que, no mesmo livro, fala rm ser entregue à morte por causa de Cristo? “De modo que a vida de Jesus também se manifesta em nossa carne mortal. Então, a morte é não é apenas a obra em nós, mas a vida em vós” (II Coríntios 4.11-12).

A glória da dor – Temo que muitos cristãos leiam tais textos apenas com interesse acadêmico, não pensando seriamente em como esses princípios devem ser aplicados em suas vidas. O Ocidente, depois de ter lutado contra a tirania do tempo, tem muito a ensinar ao Oriente sobre a necessidade de descanso.Ao mesmo tempo, o Oriente pode ensinar ao outro lado acerca das lutas físicas que vêm de compromisso com as pessoas.Ocorre que o sofrimento é um passo inevitável no caminho para a realização.Desde que a cruz é um aspecto fundamental do discipulado, a Igreja deve treinar líderes cristãos a esperar a dor e o sofrimento.Quando uma perspectiva assim entra nas nossas mentes, a dor, por mais forte que seja, não vai tocar nossa alegria e contentamento em Cristo.Tanto, que em nada menos que dezoito diferentes passagens do Novo Testamento, sofrimento e alegria aparecem juntos – e, na ótica paulina, o sofrimento é muitas vezes motivo de alegria, como expressou em Romanos 5.3-5.
Em um mundo onde a saúde, a aparência física, o acúmulo de bens e as facilidades da vida moderna ganham proeminência quase idólatra, Deus quer chamar cristãos para demonstrar a glória do Evangelho suportando a dor e o sofrimento. O curioso é que as pessoas que estão insatisfeitas após buscar incessantemente essas coisas, que sozinhas não satisfazem os anseios da alma, surpreendem-se ao ver gente alegre e contente, mesmo em meio a dificuldades de todo tipo. Talvez esta seja uma nova – e eficiente – forma de demonstrar a glória do Deus diante dessa cultura hedonista.
A Bíblia e a história mostram que o sofrimento é um ingrediente essencial para alcançar as pessoas não alcançadas. E o Ocidente está rapidamente se tornando uma região de não alcançados.Será que a perda de uma teologia do sofrimento pode levar a Igreja ocidental a tornar-se ineficaz na tarefa de evangelização?Sua congênere oriental, no entanto, floresce no anúncio das boas novas, mesmo em contextos de intensa perseguição à fé. É por isso que a troca de influências entre os dois lados da cristandade tem sido tão significativa, e disso posso falar por experiência própria. Cristãos, tanto no Oriente como no Ocidente precisam ter uma teologia do sofrimento se quiserem ser saudáveis e frutíferos nas mãos do Senhor.
Ajith Fernando é diretor nacional de Mocidade para Cristo em Sri Lanka e líder de uma igreja cristã em Colombo, a capital do país. Autor do livro Convite à alegria e dor, escreveu este artigo como parte da Conversa Global , evento preparatório do III Congresso Mundial de Evangelização, que acontece em outubro na Cidade do Cabo (África do Sul)

domingo, 5 de agosto de 2012

CARTA PASTORAL SOBRE A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE

I – CONCEITUAÇÃO
A chamada “teologia da prosperidade” parte do princípio de que todos são filhos  do Rei (Deus, Jesus) e
que, portanto, recebem os benefícios desta filiação  em forma de riqueza,  livramento de acidentes e
catástrofes,    ausência  de  doenças,    ausência  de  problemas,    posições  de  destaque,  etc.        Esta    “teologia”
oferece fórmulas para fazer o dinheiro render mais,  evitar-se acidentes,  livrar-se de  doenças e problemas,
aumentar as propriedades, além de viver uma vida sem dificuldades.
A teologia da prosperidade sustenta que nenhum filho de Deus pode adoecer ou sofrer, pois isso seria
uma clara demonstração de ausência de fé e, por outro  lado, da presença do diabo. Ao mesmo tempo, eles
chegam ao exagero de declarar que quem morre antes de 70 anos é uma prova de incredulidade, imaturidade
espiritual ou pecado.
II – IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA
Nas décadas de 60 e 70, espalhou-se pelas igrejas dos Estados Unidos, especialmente aquelas de
tendência pentecostal, um movimento  cuja afirmação principal é garantir saúde integral, sucesso total nos
empreendimentos, enfim, prosperidade a todas as pessoas que cumprem a vontade de Deus, através de suas
vidas.
Embora não conheçamos a maioria dos líderes desse movimento, os evangélicos brasileiros conheceram
Jimmy Swegart, um evangelista que freqüentou os nossos televisores à custa de milhões de dólares. Não fossem
os muitos de seus escândalos descobertos, juntamente com outro evangelista, Jim Bakker, hoje ainda teríamos
suas pregações nas emissoras de televisão brasileiras. No final da década de 70, se pode assistir, através da
televisão, o auge desse movimento, quando multidões enchiam imensos templos, estádios, parques públicos, em
busca da orientação e proteção de Deus para alcançar fama, sucesso e dinheiro. Foi no impulso desse movimento
que vieram por exemplo, o contraditório dente de ouro e outras manifestações igualmente estranhas.
Como uma bomba de efeito retardado, a teologia da prosperidade chegou ao Brasil, através de uma
perfeita divulgação. Assim, de repente, as livrarias  evangélicas começaram a vender enorme quantidade de
livros e fitas divulgando esta novidade. Foi assim que um dos mentores dessa doutrina, Kenneth Hagin, tornou-se
um sucesso de vendas nas livrarias evangélicas, no Brasil. Daí suas idéias espalharam-se pelas igrejas.
III – A VISÃO BÍBLICA E TEOLÓGICA
Encontramos no Antigo Testamento pelo menos dez diferentes palavras da língua hebraica que
pertencem ao mesmo campo de significado, a saber: prosperar, ter êxito e sucesso, sair-se bem, fazer crescer,
fortalecer, pacificar, ser frutífero, fartar-se e riqueza.  Portanto, a Bíblia tem seu próprio conceito de
prosperidade. Como este conceito é tão diferente da maioria dos atuais, é necessário que estejamos atentos e
abertos à antiga, porém sempre correta, proposta bíblica.
O que é prosperar? Como a prosperidade, prioritariamente, não é obter vantagens pessoais ou ganhar
dinheiro, como a Bíblia trata este assunto? Vejamos alguns exemplos:
1. O profeta Ezequiel relaciona prosperidade para a casa de Israel com a videira que dá frutos (Ez. 17.1-10; cf.
Sl. 1.3);
2. Quando Josué assumiu a liderança do povo, em lugar de Moisés, Deus lhe fez algumas instruções decisivas
que definem a prosperidade: ser forte e corajoso, não temer e andar nos seus caminhos (Js. 1.1-9);
3. Na oração de Neemias encontramos uma outra definição de prosperidade: praticar a misericórdia, isto é, ser
bondoso e leal para com Deus e os seus semelhantes (Ne. 1.11);
4. Muitos textos bíblicos definem o êxito e sucesso na vida com a conduta sábia, o discernimento e a
perspicácia no trato com a instrução de Deus (Dt. 29.9; 1 Rs. 2.3; Ec. 10.10; 11.6);
5. Trazer paz ao mundo também pode ser considerada uma atitude de sucesso (Sl. 122.6-7);
6. O povo de Deus entendia que fazer o bem e agir corretamente na vida era ser próspero (Jó 21.13; Sl. 106.5);
7. Uma definição bíblica que resume todas as demais é a seguinte: o próspero é uma pessoa que imita o agir de
Deus. O Salmo 1 encontra esta pessoa. É o justo. Evidentemente, toda a Bíblia proclama que Deus é  a causa direta da prosperidade dos justos (Gn.
39.3,23; Is. 48.15; Ez. 17.9-10; Ne. 2.20). Entretanto, Deus usa uma pedagogia, isto é, um jeito correto e
instrutivo para nos dar a sua ajuda e sua graça. Assim, a Bíblia mostra que a prosperidade do povo de Deus vem:
• Pelo sofrimento e pela graça de Deus (Is. 53.10), que ensina que o começo de todo bem sucedido
empreendimento humano reside na capacidade da pessoa para sofrer;
• Pela fidelidade e lealdade a Deus e ao povo de Deus (Jr. 13.7-10; Dn. 6.9);
• Pela busca do temor do Senhor (I Cr. 26.5);
• Pela prática da justiça (Sl. 1.3);
• Pela posse (descida) do Espírito de Deus (Jz. 14.6; 19; 15.14).
É possível que estejamos repetindo conceitos e definições, porém a Bíblia é uma testemunha instrutiva. Ela,
através de suas reportagens, nos oferece pistas para obtermos sucesso na vida. Nela aprendemos que, em
primeiro lugar, a obtenção de prosperidade é precedida de pedido, apelo, por parte da pessoa interessada (Sl.
118.25); segundo, através de uma vida de piedade e fidelidade à instrução de Deus (Js. 1.7-8; Dt. 29.9; I Cr.
31.21); terceiro, através da insistente busca de sabedoria (Ec. 2.21; 11.6).
Também encontramos na Bíblia alguns textos que tratam a prosperidade de forma bastante negativa. Para os
autores bíblicos, a prosperidade como ganho, sucesso e êxito nos empreendimentos da vida conflita com os
princípios básicos da fé. Dois textos ilustram estes princípios:
1. Porque prosperam os malvados? (Jr. 12.1-6) Ao lermos este texto, percebemos que ele é um corpo constituído
de duas partes: na primeira, o profeta faz. Em tom de queixa, uma tremenda acusação contra Deus (vv. 1-4); na
Segunda parte, temos uma dura resposta de Deus (vv. 5-6). Este tipo de diálogo apimentado, entre o profeta e
Deus, nós o encontramos em Habacuque (1.2; 2.4) e constitui a preocupação central do livro de Jó.    
A questão geradora da queixa de Jeremias é: Porque os ímpios prosperam? Diante disso, o profeta abre
um processo jurídico contra Deus: Eu vou abrir um processo contra Ti (v. 1 a). O surpreendente, aqui é que ele
acusa Deus de ter permitido, com seu silêncio, o Domínio dos malfeitores sobre os justos (comparar Ha. 1.2-4;
12-17).
Sua justificativa tem dois tipos de argumento: O primeiro é direto: Apesar de serem desleais (v. 1b),
usarem dos feitos de Deus para encobrirem suas más ações, (v.2), provocarem a destruição dos animais e aves
(v.4 a) e propagarem mentiras sobre Deus (v. 4b), esses malvados (como lobos vestidos de cordeiros) prosperam
e gozam de tranqüilidade (v. 1b)  e   o segundo é indireto:  O profeta justifica sua acusação, mencionando
algumas conseqüências danosas e provocadas pelos prósperos ímpios: primeiro, a gula de prosperidade alimenta
e multiplica a deslealdade (v. 1b); segundo, a ansiedade pelo lucro fácil não tem limites, agredindo e destruindo
a natureza a flora e a fauna (v. 4 a) a ponto de justificar seus atos com uma mentira, Deus não vê o nosso futuro
(v. 4b).
O pequeno diálogo se encerra de modo surpreendente para o profeta: o pior estava por vir. Aqui, o
profeta não recebe uma resposta satisfatória e tranqüilizadora para o problema do mal e do sofrimento,
provocado pelas pessoas prósperas, que ele experimentava na própria carne.
2. A prosperidade dos ímpios incomoda os crentes (Sl. 37.1-40). Este Salmo mostra outro exemplo da crise de fé
causada pela prosperidade das pessoas más, egoístas, violentas, opressoras e descrentes. A maior parte do Salmo
é admoestação (vv. 1-11 e 22-40). O restante trata das descrições do inimigo (vv.12-15), do justo e do ímpio (vv.
16-26).
O salmista busca orientar, animar e sustentar a esperança do crente fiel para que este se mantenha
firme diante de toda provocação causada pela prosperidade dos ímpios (vv. 10.39-40).    Diante do sucesso dos
malvados, o salmista recomenda:
• Não te exasperes, não invejes (v.1);
• Confia no Senhor e faze o bem, habita a terra e cultiva a fidelidade, põe tuas delícias no Senhor, confia teu
caminho ao Senhor e nele espera, descansa no Senhor e espera nele, não te exasperes, acalma a ira, reprime
o furor (vv. 2-8);
• Evita o mal e faze o bem (v.27); espera no Senhor e segue o caminho (v.34);
• Observa o homem íntegro e atenta no que é reto (v. 37)
• Todas estas recomendações são justificadas pela fé na atuação de Deus.
• Ele satisfará os desejos de teu coração; fará surgir tua justiça como a aurora e o teu juízo como o meio-dia;
• Ele realizará os desejos de teu coração e atuará (vv. 4-6);
• Os malfeitores serão exterminados e os que  esperam no Senhor possuirão a terra (v.9);
• O Senhor se ri do ímpio, porque vê chegando seu dia (v. 13);
• O Senhor firma os passos do homem... porque ele o sustenta pela mão (v. 24);
• Ele ama o que é justo e não sustém os justos (v. 17);
• Ele conhece os dias dos íntegros (v. 18);
• O Senhor não abandona os que lhe são fiéis (v. 28);
• O Senhor não entrega o justo nas mãos dos ímpios, nem permite que o condenem no tribunal;
• Ele te dará posse da terra (vv. 33-34);
• O Senhor socorre e livra os justos (v. 40).
A extensa lista de justificativas tem sua razão, pois, certamente, a prosperidade crescia entre o ímpios.
Em conseqüência disso, o salmista (bastante perturbado!) escreve esse manual de instrução para os crentes, que
poderíamos intitular: COMO ENFRENTAR A SOBERBA DOS ÍMPIOS.
Como enfrentar a soberba dos ímpios. Diante de nós estão duas experiências, mas um só problema: a
tentadora idéia de ser financeira ou artisticamente próspero. A difícil experiência de Jeremias e a crise de fé
vivida pela comunidade do salmista podem nos levar a estabelecer uma cartilha orientadora para os crentes.
A Bíblia conhece a prosperidade como uma atitude sábia de enfrentar e responder às agressões da vida
com bondade, lealdade, fé, ação justa, solidariedade (Sl. 37.6).
A idéia de prosperidade, espúria à Bíblia, é a mesma oferecida a Jesus por satanás (Mt. 4.1-11; cf. Mc.
1.12-13; Lc. 4.1-13). É uma prosperidade relacionada a dinheiro, lucro, êxito na vida e sucesso nos
empreendimentos pessoais. Na denúncia de Jeremias (12.1-6), os prósperos são inimigos do servo de Deus,
cometem perversidade contra as pessoas, contra a natureza, promovem a descrença. No caso do salmista, o
perfil dos homens prósperos é mais amplo, e a repercussão de seus atos é, aparentemente, maior. O gesto dessa
gente má provoca sentimentos de indignação e inveja (v.1), irritação (v.7), ira, furor e impaciência (v. 8), entre
outras reações. Por todas essas razões, a Bíblia distingue  dois tipos de prosperidade.
A forma de prosperidade, denunciada por Jeremias e pelo salmista, é  extremamente perigosa para a
estabilidade e o bem-estar da vida humana. É uma prosperidade que gera pobreza, desnível social, descrença,
sacrifício dos mais fracos, falta de sensibilidade para com a natureza, soberba de uns e humilhação de outros,
complexos de inferioridade, medo. Tudo isso ocorre porque o valor maior é o dinheiro, a promoção pessoal, o
êxito empresarial. Quando a dignidade humana estiver sujeita ao dinheiro, o mundo ficará perigoso para se
viver. É por essa razão que o salmista grita: “socorro, Senhor!” (Sl. 12.1) e o profeta Jeremias se impacienta:
“Até quando”? (Jr. 12.4). O sistema de vida que a teoria da prosperidade defende está cheio de competições:
patrão/empregado; nação rica/nação pobre. Quem é mais forte explora ou elimina o mais fraco.
O texto de Jeremias e o de Salmos ensinam o crente como enfrentar o sistema de vida dos prósperos.
Ambos sugerem formas para confrontar esse inimigo. O salmista é mais objetivo e sugere formas de enfrentar
essa praga que está apagando da memória do povo o conhecimento de Deus. O texto de Jeremias (12.1-6)
reflete toda a perplexidade do crente diante do crescimento de prosperidade e poder dos ímpios. Enquanto isso,
o Salmo 37 tenta instruir os crentes fiéis para enfrentar o problema. Quando a Bíblia fala da justiça divina, ela
não quer dizer que Deus castiga os pecadores e premia os justos. Se isso ocorresse, os templos estariam
abarrotados de pessoas. Acontece que o ensino bíblico acerca da justiça divina não é utilitarista. O princípio, é
dando que se recebe, não retrata bem o ensino da justificação.
A solução do problema em torno da prosperidade dos ímpios e do sofrimento dos justos não é imediata,
isto é, a transferência direta dos bens dos ímpios para os crentes. A  Bíblia ensina que a superação desse
problema não tem data marcada, mas está na fidelidade do justo (cf. Hab. 2.4). Tanto Jeremias como o salmista
não orientam os perplexos crentes a fugirem para longe dos ímpios, mas a se manterem firmes na fé. Por isso o
grande  apelo  do  salmista  é:  confiar  em  Deus  (vv.  3,5,7,34) e esperar que um dia a justiça divina possa
restabelecer a paz na terra.
IV – ORIENTAÇÕES
1. O estudo sobre o tema da prosperidade deve levar em consideração todos os textos bíblicos e não apenas
alguns em particular, como os teólogos da prosperidade costumam fazer para sustentar suas idéias;
2. O estudo deve levar em conta o contexto no qual  surge o tema da prosperidade e, portanto, seguir
rigorosamente os princípios de interpretação bíblica;
3. O conceito bíblico de prosperidade contrapõe, como vimos anteriormente, o conceito difundido hoje em dia
nos meios evangélicos. Na abordagem do tema é necessário que esta diferenciação seja considerada.
4. Deve ficar sempre claro que Deus é o autor da vida, consequentemente, Ele é o responsável pelo sucesso,
pelo êxito ou prosperidade do Seu povo;
5. Vivemos numa sociedade que busca a prosperidade a qualquer custo, renunciando a solidariedade, a justiça,
o bem-estar dos outros, atitudes estas compatíveis à cidadania do Reino de Deus.

IGREJA METODISTA

sábado, 28 de julho de 2012

FILME PORNÔ, SEX SHOP, POLE DANCE, SWING, E TUDO GOSPEL


Do Site Yahoo 

Religião e sexo nunca foram assuntos que andaram lado a lado. Para muitas crenças, o sexo é apenas parte do processo reprodutivo e o prazer é condenado. Outros acreditam que o sexo deva ser feito apenas depois do casamento e apenas com a pessoa que Deus escolheu para você.
E onde tem sexo, tem gente investindo para deixar tudo mais... divertido! É o que vem acontecendo, nos últimos anos, com a indústria gospel. Isso mesmo, indústria gospel relacionada ao mundo do sexo!Essa semana todo mundo resolveu falar de uma empresa que está produzindo filmes eróticos evangélicos. Todas as obras têm enfoque claro e seguem regras de conduta: os protagonistas dos filmes são casais — marido e mulher mesmo - na vida real, todas as cenas seguem preceitos do sexo cristão — e tem a religião como princípio -, nunca é extraconjugal e práticas como ménage, sadomasoquismo e nudismo (!) são impensáveis.

A ideia desses filmes é ensinar aos casais cristãos como eles podem ter e proporcionar prazer de acordo com a Bíblia — incluindo posições sexuais e tratamentos respeitosos ao órgão do outro. Mas a indústria do sexo gospel não é baseada apenas em filmes em que, pelo que eu entendi, rola sexo de roupa. Também há outras... atividades nesse mercado. Quer conhecer?

Sex shop para casais religiosos
Apimentar a relação de acordo com preceitos da Bíblia é a missão de alguns sex shops online. O Book 22foi o primeiro deles e a história é que o casal que o criou estava, segundo o site NPR.com, cansado de buscar soluções para sua vida sexual e só encontrar pornografia.
Existe também o My Beloved Garden, que oferece produtos para casados. E há também o Intimacy of Eden. Mas não se assuste se o que você encontrar nessas lojas for igual ao que vê em outras sex shop, o que muda é só o nome. Eles vendem o produto e cada um usa como quer, então...
Pole dance para Jesus
Uma americana resolveu criar o esporte e fez algumas mudanças nas aulas convencionais de pole dance, ou dança do poste. Primeiro, as músicas: nada de música de boate, apenas louvores cristãos ou músicas gospel populares. Depois, os movimentos, que não são tão sensuais quando nas aulas normais, afinal, é um momento de adoração.
Além disso, é um exercício físico que deixa as mulheres mais fortes para lidar com os problemas do dia a dia.
"Eu acho que não há nada de errado com o que eu faço. Eu ensino mulheres a se sentir bem consigo mesmas, ensino elas a sentirem-se poderosas. Qualquer um que quiser me julgar, Crystal Deens, criadora da modalidade, para a rede de TV americana Fox News.
Swing gospel
Esse é o nome de um grupo musical que canta temáticas religiosas, mas não é sobre eles que estamos falando. O swing gospel do qual estamos falando é igualzinho àquele não religioso, em que as pessoas trocam de casal e fazem sexo por puro prazer, sem sentimentos ou ligações matrimoniais.
Não há uma casa especializada na prática também conhecida como "sono inocente", mas foram encontrados alguns anúncios em classificados sexuais de casais evangélicos procurando moças evangélicas para fazer parte do relacionamento.


quarta-feira, 18 de julho de 2012

PRECISA-SE DE CEIFEIROS


Introdução:
E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas deles, e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo.
E, vendo as multidões, teve grande compaixão delas, porque andavam cansadas e desgarradas, como ovelhas que não têm pastor.
Então, disse aos seus discípulos:
A seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros.
Rogai, pois, ao Senhor da seara, que mande ceifeiros para a sua seara.
1. Jesus foi um homem de iniciativa (v.35)
Jesus percorria todas as cidades e povoados, Ele estava sempre em movimento, ocupado com as coisas do reino, focado em seu objetivo Jesus ensinava nas sinagogas.
§  Jesus pregava o evangelho do reino.
§  Jesus curava o povo de enfermidades e doenças.
§  Em que nós estamos gastando a nossa energia?
§  Qual o foco da nossa vida?
§  O reino ou as coisas desse mundo?
§  Que iniciativas estamos tomando para anunciar esse evangelho que transforma vidas?
§  Que livra o homem do pecado e do inferno?
§  Nós temos pregado, ensinado, orado pelos enfermos?
2. Jesus apresenta a necessidade de ceifeiros para a grande seara, que está branca João 4:35b.
O Mestre exorta mesmo os Seus discípulos a rogarem ao Senhor da seara (Deus) que mande obreiros para trabalhar nela.
§  O apelo de Jesus (v.38): Jesus nos ordena a orar por obreiros.
§  É nossa obrigação como cristãos orar por esse propósito.
§  Todo apelo vindo de Cristo se torna uma ordem.
3. Hoje o Senhor da Seara colocou este anuncio de emprego.
§  A preocupação de Jesus (v.37):
§   A falta de pessoas dispostas a dar a vida para a colheita de almas.
§  Jesus entra em nossas vidas e nos dá uma missão.
§  O próprio Cristo nos alerta sobre a desvantagem do numero de trabalhadores em relação ao tamanho do campo.
§  Precisa-se de Ceifeiros Quem pode se candidatar a esta vaga?
§  Você!!!!!!!!!!!! Sabe qual é a Seara que Deus quer que você trabalhe?
§  Deus quer que você venha colher seu amigo que está na depressão, seu primo que está nas drogas, seu esposo que está no álcool, etc.
§  Deus está colocando no seu coração agora quem ele quer que você venha estar colhendo para o Reino dos Céus.
Conclusão:
Temos que fazer algo pregar a palavra dizer que Jesus está voltando
Temos que cumprir com o ide de Jesus que nos diz.
“E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregue o evangelho a toda criatura.”  (Marcos 16 : 15)
Você tem feito isso ta na hora de começar a fazer algo para Deus
Deus não quer que você venha para o culto e só fique sentado em uma cadeira ouvindo
Deus te chamou e se ele te chamou você tem algo para fazer
Não diga para ele que você não tem capacidades, pois é ele que te capacita para realizar sua obra.
Então regace as mangas e mão na obra
Pois Deus conhece teu potencial
E conta com você
Pastor Leandro Bisatto 

quinta-feira, 12 de julho de 2012

O EVANGÉLICO E A TATUAGEM


Tatuagens Evangélicas: para alguns isso pode ser novidade, para outros já é um tema batido. Alguns condenam veementemente, outros aceitam em cima do muro, outros a defendem com toda força. Há quem tem e quis tirar e há quem não tinha e optou por fazer.

Os defensores das tatuagens Gospel argumentam que até Jesus vai ter uma: "Em seu manto e em sua coxa está escrito este nome: REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES"(Apocalipse 19:16) 

Já os Aversivos à tais práticas se defendem com: "Pelos mortos não dareis golpes na vossa carne; nem fareis marca alguma sobre vós. Eu sou o SENHOR " (Levítico 19:28 ACRF), sendo que esse mesmo versículo na NVI ficou assim: "Não façam cortes em seus corpos por causa dos mortos, nem tatuagem em si mesmos. Eu sou o Senhor." (Levítico 19:28 NVI)


Polêmicas à parte, é fato que essa prática tem ganhado espaço na sociedade. Pessoas costumam colocar versículos bíblicos, frases de efeito, símbolos cristãos e até mesmo defender denominações à que pertencem.

PROFETAS E PROFETADAS


Se você é cristão, certamente já foi vítima de um falso profeta e suas profetadas. Pessoas que são mandadas até você por outras, que te conhecem, para levar pra você uma suposta palavra vinda de Deus. Normalmente quem faz isso é alguém que deseja manipular você, induzir a tomar determinado tipo de atitude ou decisão, e parte para essa estratégia desonesta de forjar profecias falsas. A vítima normalmente fica com medo de duvidar, e acaba caindo no conto do falso profeta. Se o sujeito se diz profeta, e começa a pedir e exigir bens e dinheiro seus, para que profecias ruins não se cumpram na sua vida, não acredite, porque ele é apenas um mentiroso. Coloque essas pessoas à prova. Normalmente as pessoas que fazem questão de afirmar que estão falando em nome de Deus, quase nunca estão. Falsos profetas não são só aqueles que pregam mentiras, são também aquelas pessoas que profetizam sobre a vida alheia, com o intuito de induzir pessoas a agirem como elas desejam.
Sobre isso, muito sábias as palavras de Caio Fábio:
1. Um profeta nunca irá mandar o que a Palavra não ensina.
2. Um profeta nunca marcará “consultas” — Deus não fala com hora marcada.
3. Um profeta tem que saber dizer: “O Senhor não me falou nada”.
4. Um profeta foge de se tornar objeto de consumo.
5. Um profeta se declara um homem, não um anjo.
6. Um profeta não viola 1 Co 14, nem sua profecia.
7. Um profeta profetiza Jesus: Ele é o espírito de toda profecia.
Nunca pedi oração aos profetas. É essa fila em porta de profeta que acaba corrompendo até aqueles que um dia foram bons.
Profeta não deve ser buscado. A profecia verdadeira sempre nos acha.
E mais: nunca vá a profetas que convivem com amigos seus. Quase sempre o profeta já está condicionado. Então, não é profecia, mas pro-amasia-fraterna. Bem intencionados, mas na carne.
Bem intencionados, mas mentirosos. E nem sempre são bem intencionados. Por isso, tome cuidado, você pode estar sendo manipulado.

terça-feira, 10 de julho de 2012

COMO ACERTAR DEPOIS QUE VOCÊ JÁ ERROU?

O fato é que nós não enxergamos o valor intrínseco do erro. Não entendemos que uma das melhores maneiras de evitar falhas futuras é encarar as que cometemos no presen­te e tentar tirar lições delas. Precisamos deixar que Deus nos fale em meio ao erro.
Como você age, meu irmão? Como reage diante de suas falhas? O que tem aprendido com seus erros?
Na verdade, não vou não focalizar aqui as falhas huma­nas, mas o papel que elas têm em nosso processo de santificação. Tratamos do maravilhoso amor de Deus por nós, do anseio dele em que cresçamos e amadureçamos. Ressaltamos o fato de que ele nos concede tudo de que precisamos para sermos conformes à imagem do Senhor Jesus Cristo.
O que é a falha?
Em que você pensa ao ouvir a palavra falha? Como a conceitua? Ela vem de um termo latino que significa "falta, defeito". Podemos defini-la como o não alcance dos fins pro­postos; aquilo que é insuficiente ou deixa a desejar. Quando falhamos, demonstramos ser ineficientes, fracassados ou não-confiáveis. Pode-se dizer que sofremos uma derrota.
Em muitos casos, cometer uma falha implica uma crise emocional que é seguida de muita angústia e confusão mental. "A falha não é meramente um insucesso, mas uma força com características próprias. Na maioria das vezes, ela é bas­tante penosa. Nesse aspecto, possui uma dolorosa semelhança com o sofrimento da morte e do nascimento. Na realidade, ela é ao mesmo tempo morrer e nascer, e temos de encará-la como tal."
A falha pode ser algo que cometemos ou que nos suce­de. Geralmente ela não implica só isso; vai um pouco além. Pode também ser uma interpretação que damos a algo que nos acontece. E essa visão da situação determina o modo como ela nos afetará. Cada um dos acontecimentos exerce um papel importante em nosso amadurecimento. Podemos dizer que nossa conduta num determinado evento foi falha ou então que nós próprios falhamos.
O caminho que conduz à maturidade é acidentado e cheio de desvios. Quando começamos a achar que estamos indo bem, que está tudo sob controle, que nossa vida está no "pi­loto automático", de repente acontece algo. Parece que bate­mos em algum obstáculo e acabamos constatando que estamos em outra estrada. E nem sabemos como fomos parar nela.
O mais incrível nisso tudo, porém, é que esse fato, que de início parecia um revés, pode ser exatamente o contrário. Uma situação que, sem a perspectiva divina, lembra um fra­casso moral, colocada nas poderosas mãos do Senhor pode tornar-se um instrumento dele para o nosso crescimento es­piritual. Se negarmos a existência dos erros, não poderemos obter sucesso na vida cristã. Qualquer circunstância que é dolorosa ou nos faz sentir indignos (como nossos erros, reve­ses, raiva, crueldade, nossa tendência para o egocentrismo ou a recordação de abusos e maus-tratos que sofremos) pode vir a fomentar outros erros ou então tornar-se a matéria-prima de um alicerce mais sólido para nossa vida. Se apren­dermos a compreendê-la, a dar-lhe o devido valor e a levá-la à cruz, poderemos, por meio dela, fortalecer-nos e crescei em sabedoria.
O poeta inglês John Keats expressou essa idéia muito bem quando afirmou: "Num certo sentido, uma falha é o caminho que nos conduz ao acerto, assim como a descoberta de que algo é falso nos leva a buscar o que é verdadeiro. E a cada nova experiên­cia que vivemos, descobrimos alguma forma de erro, que daí para a frente procuraremos evitar a todo custo."3
Quando Deus começou a revelar-me que meu conceito de falha era equivocado, a primeira indagação que me veio à mente foi:
"O que a Bíblia ensina sobre isso?"
E nem precisei procurar muito. Logo percebi que há várias referências a esse assunto na Palavra de Deus. Em toda ela, de Gênesis a Apocalipse, encontramos o registro de diversos er­ros humanos. Descobri que todos nós temos muito em comum com Adão e Eva, com os filhos de Israel, com Davi, Tome e Pedro.
Aliás, basta abrir em Hebreus 11 e ler a galeria dos "he­róis da fé". Ali estão os nomes de Noé, Abraão, Sara, Isaque, Jacó, Moisés e Raabe. Todos eles erraram, mas no fim saí­ram vitoriosos por haverem aprendido alguma lição com o erro.
Contudo, para que nós também triunfemos, precisamos conhecer cinco fatos relativos ao erro.
Cinco fatos relacionados com o erro
l. Não se pode evitar o erro.
Infelizmente, não dá para nossa mãe escrever um bilhetinho aos professores da escola da vida, dizendo que hoje va­mos faltar de aula. Se há algo infalível na existência humana é justamente o fato de que cometemos erros, sofremos reve­ses, falhamos e fracassamos. É certo que um cadáver nunca erra. Está sempre calmo, tranqüilo e quieto. Mas também não realiza nada. Contudo nós que temos vida consciente e tentamos realizar algo, por menor que seja, sempre temos a possibilidade de falhar.
E nisso não importa nossa idade, nosso Q. I. nem nosso grau de espiritualidade. Vejamos o apóstolo Paulo, por exemplo. Quando ele escreveu a carta aos romanos, já ha­via feito três longas viagens missionárias. Levara a mensa­gem do evangelho às províncias ocidentais do Império Ro­mano. Sofrerá perseguições, ganhara muitas almas, efetuara o discipulado de novos convertidos e fundara diversas igrejas. E ele não era simplesmente um homem que conhe­cia a Palavra de Deus. Inspirado pelo Espírito Santo, ele: escreveu a Palavra.
Então achamo-nos diante de um gigante da fé, um ho­mem santo, sábio e amadurecido. Contudo, em Romanos 7, vemos que ele ainda tinha lutas, bloqueios e cometia erros. Vejamos os versos 15 a 23.
"Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro e sim o que detesto. Ora, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço... Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim. Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros." (Vv. 15-19, 21-23.)
Anos depois, vamos encontrar o mesmo Paulo, agora mais velho, mais sábio e até mais maduro, escrevendo o seguinte aos filipenses.
"Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui con­quistado por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma cousa faço: esquecendo-me das causas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus." (Fp 3.12-14.)
Encaremos a realidade. Enquanto tivermos vida e fôlego, estaremos sempre a braços com o fato de que temos uma natureza humana caída. Portanto, a única questão que deve nos preocupar é esta: será que vamos passar a vida toda co­metendo os mesmos erros, falhando nos mesmos pontos? Ou vamos parar, olhar, ouvir e aprender com eles? Na verda­de, não devemos dar muita importância ao erro. Todo mun­do tem falhas, até as pessoas mais corretas. O que deve ter valor para nós é deixar Deus ensinar-nos a tirar lições de nos­sos fracassos. Isso é ser maduro.
2. Errando, lembramo-nos de que não somos Deus.
Nossas falhas mostram que somos pessoas comuns, falíveis, pecadoras. Parece que estamos convencidos de que Deus não pode usar esses seus homens comuns e falhos. Achamos que se quisermos ser felizes, amados e valorizados temos de acertar sempre. Aliás, temos de ser perfeitos.
Entretanto não é isso que diz a Palavra de Deus. Lemos em Tiago 5.17 que "Elias era homem semelhante a nós". Atos 4.13 revela que os grandes apóstolos Pedro e João eram pessoas comuns, "homens iletrados e incultos". Lendo o livro de Êxodo, ficamos sabendo que o extraordinário Moisés também era um homem comum. Cometeu muitos erros. Aliás, ele iniciou seu ministério com um. Vemos, no capítulo 3, que ele entrou em pânico, pelo temor de cometer erros, quando Deus o chamou para liderar o povo. Então se pôs a citar tudo quanto era fa­lha, fraqueza e desculpa, para convencer a Deus de que não se achava à altura da tarefa. Depois, porém, começou a entender que o ponto central não era ele, mas o fato de que o Senhor o escolhera para aquela missão.
E quando Moisés afinal se pôs a dar os primeiros passos em direção à maturidade, teve uma acolhida muito fria. Não foi aplaudido de pé nem nada. Pelo contrário, encontrou rejeição e menosprezo. Mas ele era novo. Ainda tinha muito a aprender.
Devido à sua impulsividade, imaturidade e incapacidade de controlar a raiva, ele teve de passar quarenta anos no deserto. Antigamente, eu achava que essa fase de sua vida tinha sido um "desperdício". Na verdade, porém, o Deus todo-poderoso aproveitou esse período para aprimorá-lo e transformá-lo num líder capaz. Então, quando ele regressou ao Egito, após aqueles anos de obscuridade no deserto, era outro homem.
Assim que Moisés aprendeu a tirar lições de seus erros, Deus pôde usá-lo de forma miraculosa. Contudo ele desco­briu também o alto preço que pagamos quando não apren­demos isso. Desde jovem, ele tivera problemas devido à sua ira descontrolada. Fora exatamente por causa dela que preci­sara fugir do país. E embora mais tarde houvesse aprendido a refrear-se, jamais permitiu que Deus o ajudasse a dominá-la totalmente. Afinal, pelo fato de não haver absorvido as lições que poderia ter aprendido com suas repetidas falhas, acabou sendo impedido de entrar na Terra Prometida.
Em Filipenses 3.10, Paulo expressa o desejo de conhecer a Cristo "e o poder da sua ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos". Para mim é muito fácil orar no sentido de conhecer o poder da sua ressurreição. Contudo raramen­te peço para participar da comunhão de seus sofrimentos. É mediante a luta e a dor decorrentes de nossas falhas, sejam elas grandes ou pequenas, que nos conscientizamos do que nós somos e de quem ele é.
Quem se sente falho, impotente, desanimado, frustrado, limitado, quem se vê como uma pessoa muito comum, saiba que é exatamente essa que Deus usa. A Bíblia revela clara­mente, em vários textos, que o Senhor deliberadamente busca os fracos e falhos, pois é por meio deles que ele recebe maior glória. Em l Coríntios l, Paulo afirma o seguinte:
“Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as causas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as cousas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus esco­lheu as humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus, " (Vv. 26-29.)
3. Nossas falhas nos levam a buscar a Deus e a ver tudo pela perspectiva dele.
Nossa falha pode ser o meio pelo qual Deus dá-nos um tapinha no ombro para chamar-nos a atenção. Parece até que ele está dizendo:
"Olá! Você aí! Está lembrado de mim? Lembra-se de que morri e ressuscitei?"
Assim que nos recordamos do quanto somos falhos, achamo-nos em posição de enxergar sua graça, sua bondade e seu poder. Examinemos a vida de Jonas, Moisés e Davi, antes e depois dos erros que cometeram. Eles mudaram. Tornaram-se diferentes não por haver errado, mas por ter sabido tirar lições de suas falhas. E com isso amadureceram.
Em meio à escuridão que cerca uma derrota, temos a ten­dência de ficar olhando o erro, quando deveríamos cultivar um olhar de fé. Concentramo-nos naquilo que não conseguimos fazer cm vez de pensarmos mais no que Deus pode realizar. Sem­pre que erramos, Satanás procura levar nossa atenção para o riacho seco de nossa falha, a fim de impedir-nos de enxergar os rios de água viva que se acham sempre ao nosso dispor. É por isso que, muitas vezes, um fracasso traz consigo uma crise de incredulidade, que nos obriga a fazer a decisão consciente de tirar os olhos de nós e de nosso erro para fixá-los em Jesus.
Deus gosta muito de edificar sobre os alicerces de nossas fraquezas, falhas e erros. Com os escombros de nossas cora­josas (e às vezes inúteis) tentativas de acerto, ele constrói uma vida que lhe dá honra e glória. Nós não quereríamos tal material de construção. Contudo ele usa nossa vontade fra­ca, nossos recursos inadequados e nossos esforços descone­xos, transformados pelo seu poder. A partir dos destroços de nosso egoísmo, nossa pecaminosidade e nossa insensatez, ele cria algo de muito belo. Bill e Gloria Gaither expressaram isso muito bem num hino.
Algo de Muito Belo
Se havia anseios nobres e elevados,
Eram os meus.
E as esperanças que eu abrigava no fundo do coração
Eram as melhores possíveis,
Mas meus sonhos viraram cinzas, meus castelos desmoronaram,
Minha riqueza tornou-se em perda. Então envolvi tudo nos trapos de minha vida E depositei aos pés da cruz! Algo de belo, algo de bom, Toda a minha perplexidade ele entendeu. Eu só tinha a oferecer-lhe abatimento e lutas, Mas ele pegou minha vida e fez algo de belo.3
E assim que Deus opera. Ele toma algo que talvez consi­deremos comum e inútil e o transforma completamente. O salmista afirmou o seguinte: "Corno um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece dos que o te­mem. Pois ele conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó." (SI 103.13,14.) É verdade. Não passamos de pó. Contu­do a Bíblia afirma que somos um pó que ele ama e que ele criou para ser "um pouco menor do que Deus", coro­ado "de glória e de honra" (SI 8.5). Então ele pega o pó de uma alma temerosa, perfeccionista, empreendedora e que acha que "sabe tudo", e confere-lhe maturidade, conformando-a à imagem de Cristo.
4. O erro pode ser um sinalizador pelo qual Deus nos avisa que estamos acomodados a uma rotina e precisamos mudar algo.
Gosto de obter sucesso sempre. Sinto-me bem quando tudo está correndo tranqüilamente. Agrada-me sentir-me confor­tável; e certamente a você também. É por isso que, quando tudo vai bem, quando o mar está calmo e as crises são contornáveis, queremos que continue assim. E não é errado desejar isso, pelo menos por algum tempo.
O perigo começa quando ficamos por demais acomoda­dos. Uma vida demasiadamente tranqüila pode cair na roti­na. Quando fazemos da sensação de segurança e da comodi­dade um santuário que nos defende das intempéries da vida, aí a situação se complica.
Alguém afirmou que um navio ancorado no porto acha-se perfeitamente em segurança, mas não é para isso que ele existe. Não foi para que ficássemos escondidos no porto que Cristo morreu na cruz em nosso lugar. Não foi para que bus­cássemos um lugar seguro que ele se sacrificou por nós. É verdade que uma existência sem muitos riscos parece mais tranqüila e cômoda. Contudo, se empregarmos nosso tempo e nossas energias procurando formas de escapar dos perigos de uma vida autêntica, perderemos a visão espiritual e tere­mos uma existência medíocre e estagnada.
O poeta James Russell Lowell expressou essa idéia num poema.
A vida é uma folha de papel em branco,
Onde cada um de nós tem de escrever
Suas palavras, sejam uma ou duas,., e depois cessar.
Então escreva algo de grandioso, mesmo que tenha tempo apenas para uma Unha. Que ela seja sublime. Não é crime errar. O crime é mirar baixo!4
Uma atitude inadequada diante de uma falha é um "cola tudo" que nos mantém agarrados à rotina da imaturidade, da irresponsabilidade e da mediocridade. O maior erro que podemos cometer é ter medo de errar. O maior perigo que corremos não é o de cometer uma falha. Se estivermos cami­nhando em direção a determinada meta e fizermos um erro, poderemos analisá-lo e com isso voltar ao caminho certo. Se mantivermos uma atitude positiva para enxergar o que há de bom nas críticas ou em experiências adversas, poderemos aprender com elas e fortalecer-nos mais.
Nossos erros sempre nos deixam mais alertas e constituem uma oportunidade para nos examinarmos a nós mesmos, isso é mais proveitoso do que permanecer seguros e tranqüilos naquilo que é de valor secundário. O erro nos obriga a refletir, a conversar com alguém. E pode levar-nos a abandonar as cercas da vida. Força-nos a arriscar-nos um pouco.
5. O erro é um aspecto básico do sucesso.
Certo dia, o diretor de um banco comunicou a um dos seus vice-diretores que iria aposentar-se e que o escolhera para ser seu sucessor na chefia da empresa. O jovem ficou extasiado pela honra que lhe era conferida e, ao mesmo tem­po, preocupado devido à responsabilidade inerente ao car­go. Assim que se refez do espanto, agradeceu:
- Obrigado, senhor! Em seguida, num tom mais sério, disse:
- Sempre o admirei muito pela sua habilidade à frente os negócios. Qual é o segredo do seu sucesso?
O velho diretor pôs a mão no queixo, pensou um instante e em seguida replicou:
- Saber tomar as decisões acertadas.
- E como foi que o senhor aprendeu a tomar decisões acertadas? indagou o jovem.
Com um brilho diferente no olhar, o diretor respondeu:
- Tomando algumas erradas.
É impossível separar o fracasso do sucesso; são as duas faces de uma mesma moeda. Ninguém aprende a tomar decisões acertadas sem antes fazer algumas erradas. Quem não assimila as lições dos erros cometidos nunca poderá obter sucesso. E para cometer erros, temos de nos expor e fazer tentativas.