Pesquisar este blog

terça-feira, 10 de julho de 2012

COMO ACERTAR DEPOIS QUE VOCÊ JÁ ERROU?

O fato é que nós não enxergamos o valor intrínseco do erro. Não entendemos que uma das melhores maneiras de evitar falhas futuras é encarar as que cometemos no presen­te e tentar tirar lições delas. Precisamos deixar que Deus nos fale em meio ao erro.
Como você age, meu irmão? Como reage diante de suas falhas? O que tem aprendido com seus erros?
Na verdade, não vou não focalizar aqui as falhas huma­nas, mas o papel que elas têm em nosso processo de santificação. Tratamos do maravilhoso amor de Deus por nós, do anseio dele em que cresçamos e amadureçamos. Ressaltamos o fato de que ele nos concede tudo de que precisamos para sermos conformes à imagem do Senhor Jesus Cristo.
O que é a falha?
Em que você pensa ao ouvir a palavra falha? Como a conceitua? Ela vem de um termo latino que significa "falta, defeito". Podemos defini-la como o não alcance dos fins pro­postos; aquilo que é insuficiente ou deixa a desejar. Quando falhamos, demonstramos ser ineficientes, fracassados ou não-confiáveis. Pode-se dizer que sofremos uma derrota.
Em muitos casos, cometer uma falha implica uma crise emocional que é seguida de muita angústia e confusão mental. "A falha não é meramente um insucesso, mas uma força com características próprias. Na maioria das vezes, ela é bas­tante penosa. Nesse aspecto, possui uma dolorosa semelhança com o sofrimento da morte e do nascimento. Na realidade, ela é ao mesmo tempo morrer e nascer, e temos de encará-la como tal."
A falha pode ser algo que cometemos ou que nos suce­de. Geralmente ela não implica só isso; vai um pouco além. Pode também ser uma interpretação que damos a algo que nos acontece. E essa visão da situação determina o modo como ela nos afetará. Cada um dos acontecimentos exerce um papel importante em nosso amadurecimento. Podemos dizer que nossa conduta num determinado evento foi falha ou então que nós próprios falhamos.
O caminho que conduz à maturidade é acidentado e cheio de desvios. Quando começamos a achar que estamos indo bem, que está tudo sob controle, que nossa vida está no "pi­loto automático", de repente acontece algo. Parece que bate­mos em algum obstáculo e acabamos constatando que estamos em outra estrada. E nem sabemos como fomos parar nela.
O mais incrível nisso tudo, porém, é que esse fato, que de início parecia um revés, pode ser exatamente o contrário. Uma situação que, sem a perspectiva divina, lembra um fra­casso moral, colocada nas poderosas mãos do Senhor pode tornar-se um instrumento dele para o nosso crescimento es­piritual. Se negarmos a existência dos erros, não poderemos obter sucesso na vida cristã. Qualquer circunstância que é dolorosa ou nos faz sentir indignos (como nossos erros, reve­ses, raiva, crueldade, nossa tendência para o egocentrismo ou a recordação de abusos e maus-tratos que sofremos) pode vir a fomentar outros erros ou então tornar-se a matéria-prima de um alicerce mais sólido para nossa vida. Se apren­dermos a compreendê-la, a dar-lhe o devido valor e a levá-la à cruz, poderemos, por meio dela, fortalecer-nos e crescei em sabedoria.
O poeta inglês John Keats expressou essa idéia muito bem quando afirmou: "Num certo sentido, uma falha é o caminho que nos conduz ao acerto, assim como a descoberta de que algo é falso nos leva a buscar o que é verdadeiro. E a cada nova experiên­cia que vivemos, descobrimos alguma forma de erro, que daí para a frente procuraremos evitar a todo custo."3
Quando Deus começou a revelar-me que meu conceito de falha era equivocado, a primeira indagação que me veio à mente foi:
"O que a Bíblia ensina sobre isso?"
E nem precisei procurar muito. Logo percebi que há várias referências a esse assunto na Palavra de Deus. Em toda ela, de Gênesis a Apocalipse, encontramos o registro de diversos er­ros humanos. Descobri que todos nós temos muito em comum com Adão e Eva, com os filhos de Israel, com Davi, Tome e Pedro.
Aliás, basta abrir em Hebreus 11 e ler a galeria dos "he­róis da fé". Ali estão os nomes de Noé, Abraão, Sara, Isaque, Jacó, Moisés e Raabe. Todos eles erraram, mas no fim saí­ram vitoriosos por haverem aprendido alguma lição com o erro.
Contudo, para que nós também triunfemos, precisamos conhecer cinco fatos relativos ao erro.
Cinco fatos relacionados com o erro
l. Não se pode evitar o erro.
Infelizmente, não dá para nossa mãe escrever um bilhetinho aos professores da escola da vida, dizendo que hoje va­mos faltar de aula. Se há algo infalível na existência humana é justamente o fato de que cometemos erros, sofremos reve­ses, falhamos e fracassamos. É certo que um cadáver nunca erra. Está sempre calmo, tranqüilo e quieto. Mas também não realiza nada. Contudo nós que temos vida consciente e tentamos realizar algo, por menor que seja, sempre temos a possibilidade de falhar.
E nisso não importa nossa idade, nosso Q. I. nem nosso grau de espiritualidade. Vejamos o apóstolo Paulo, por exemplo. Quando ele escreveu a carta aos romanos, já ha­via feito três longas viagens missionárias. Levara a mensa­gem do evangelho às províncias ocidentais do Império Ro­mano. Sofrerá perseguições, ganhara muitas almas, efetuara o discipulado de novos convertidos e fundara diversas igrejas. E ele não era simplesmente um homem que conhe­cia a Palavra de Deus. Inspirado pelo Espírito Santo, ele: escreveu a Palavra.
Então achamo-nos diante de um gigante da fé, um ho­mem santo, sábio e amadurecido. Contudo, em Romanos 7, vemos que ele ainda tinha lutas, bloqueios e cometia erros. Vejamos os versos 15 a 23.
"Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro e sim o que detesto. Ora, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço... Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim. Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros." (Vv. 15-19, 21-23.)
Anos depois, vamos encontrar o mesmo Paulo, agora mais velho, mais sábio e até mais maduro, escrevendo o seguinte aos filipenses.
"Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui con­quistado por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma cousa faço: esquecendo-me das causas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus." (Fp 3.12-14.)
Encaremos a realidade. Enquanto tivermos vida e fôlego, estaremos sempre a braços com o fato de que temos uma natureza humana caída. Portanto, a única questão que deve nos preocupar é esta: será que vamos passar a vida toda co­metendo os mesmos erros, falhando nos mesmos pontos? Ou vamos parar, olhar, ouvir e aprender com eles? Na verda­de, não devemos dar muita importância ao erro. Todo mun­do tem falhas, até as pessoas mais corretas. O que deve ter valor para nós é deixar Deus ensinar-nos a tirar lições de nos­sos fracassos. Isso é ser maduro.
2. Errando, lembramo-nos de que não somos Deus.
Nossas falhas mostram que somos pessoas comuns, falíveis, pecadoras. Parece que estamos convencidos de que Deus não pode usar esses seus homens comuns e falhos. Achamos que se quisermos ser felizes, amados e valorizados temos de acertar sempre. Aliás, temos de ser perfeitos.
Entretanto não é isso que diz a Palavra de Deus. Lemos em Tiago 5.17 que "Elias era homem semelhante a nós". Atos 4.13 revela que os grandes apóstolos Pedro e João eram pessoas comuns, "homens iletrados e incultos". Lendo o livro de Êxodo, ficamos sabendo que o extraordinário Moisés também era um homem comum. Cometeu muitos erros. Aliás, ele iniciou seu ministério com um. Vemos, no capítulo 3, que ele entrou em pânico, pelo temor de cometer erros, quando Deus o chamou para liderar o povo. Então se pôs a citar tudo quanto era fa­lha, fraqueza e desculpa, para convencer a Deus de que não se achava à altura da tarefa. Depois, porém, começou a entender que o ponto central não era ele, mas o fato de que o Senhor o escolhera para aquela missão.
E quando Moisés afinal se pôs a dar os primeiros passos em direção à maturidade, teve uma acolhida muito fria. Não foi aplaudido de pé nem nada. Pelo contrário, encontrou rejeição e menosprezo. Mas ele era novo. Ainda tinha muito a aprender.
Devido à sua impulsividade, imaturidade e incapacidade de controlar a raiva, ele teve de passar quarenta anos no deserto. Antigamente, eu achava que essa fase de sua vida tinha sido um "desperdício". Na verdade, porém, o Deus todo-poderoso aproveitou esse período para aprimorá-lo e transformá-lo num líder capaz. Então, quando ele regressou ao Egito, após aqueles anos de obscuridade no deserto, era outro homem.
Assim que Moisés aprendeu a tirar lições de seus erros, Deus pôde usá-lo de forma miraculosa. Contudo ele desco­briu também o alto preço que pagamos quando não apren­demos isso. Desde jovem, ele tivera problemas devido à sua ira descontrolada. Fora exatamente por causa dela que preci­sara fugir do país. E embora mais tarde houvesse aprendido a refrear-se, jamais permitiu que Deus o ajudasse a dominá-la totalmente. Afinal, pelo fato de não haver absorvido as lições que poderia ter aprendido com suas repetidas falhas, acabou sendo impedido de entrar na Terra Prometida.
Em Filipenses 3.10, Paulo expressa o desejo de conhecer a Cristo "e o poder da sua ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos". Para mim é muito fácil orar no sentido de conhecer o poder da sua ressurreição. Contudo raramen­te peço para participar da comunhão de seus sofrimentos. É mediante a luta e a dor decorrentes de nossas falhas, sejam elas grandes ou pequenas, que nos conscientizamos do que nós somos e de quem ele é.
Quem se sente falho, impotente, desanimado, frustrado, limitado, quem se vê como uma pessoa muito comum, saiba que é exatamente essa que Deus usa. A Bíblia revela clara­mente, em vários textos, que o Senhor deliberadamente busca os fracos e falhos, pois é por meio deles que ele recebe maior glória. Em l Coríntios l, Paulo afirma o seguinte:
“Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as causas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as cousas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus esco­lheu as humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus, " (Vv. 26-29.)
3. Nossas falhas nos levam a buscar a Deus e a ver tudo pela perspectiva dele.
Nossa falha pode ser o meio pelo qual Deus dá-nos um tapinha no ombro para chamar-nos a atenção. Parece até que ele está dizendo:
"Olá! Você aí! Está lembrado de mim? Lembra-se de que morri e ressuscitei?"
Assim que nos recordamos do quanto somos falhos, achamo-nos em posição de enxergar sua graça, sua bondade e seu poder. Examinemos a vida de Jonas, Moisés e Davi, antes e depois dos erros que cometeram. Eles mudaram. Tornaram-se diferentes não por haver errado, mas por ter sabido tirar lições de suas falhas. E com isso amadureceram.
Em meio à escuridão que cerca uma derrota, temos a ten­dência de ficar olhando o erro, quando deveríamos cultivar um olhar de fé. Concentramo-nos naquilo que não conseguimos fazer cm vez de pensarmos mais no que Deus pode realizar. Sem­pre que erramos, Satanás procura levar nossa atenção para o riacho seco de nossa falha, a fim de impedir-nos de enxergar os rios de água viva que se acham sempre ao nosso dispor. É por isso que, muitas vezes, um fracasso traz consigo uma crise de incredulidade, que nos obriga a fazer a decisão consciente de tirar os olhos de nós e de nosso erro para fixá-los em Jesus.
Deus gosta muito de edificar sobre os alicerces de nossas fraquezas, falhas e erros. Com os escombros de nossas cora­josas (e às vezes inúteis) tentativas de acerto, ele constrói uma vida que lhe dá honra e glória. Nós não quereríamos tal material de construção. Contudo ele usa nossa vontade fra­ca, nossos recursos inadequados e nossos esforços descone­xos, transformados pelo seu poder. A partir dos destroços de nosso egoísmo, nossa pecaminosidade e nossa insensatez, ele cria algo de muito belo. Bill e Gloria Gaither expressaram isso muito bem num hino.
Algo de Muito Belo
Se havia anseios nobres e elevados,
Eram os meus.
E as esperanças que eu abrigava no fundo do coração
Eram as melhores possíveis,
Mas meus sonhos viraram cinzas, meus castelos desmoronaram,
Minha riqueza tornou-se em perda. Então envolvi tudo nos trapos de minha vida E depositei aos pés da cruz! Algo de belo, algo de bom, Toda a minha perplexidade ele entendeu. Eu só tinha a oferecer-lhe abatimento e lutas, Mas ele pegou minha vida e fez algo de belo.3
E assim que Deus opera. Ele toma algo que talvez consi­deremos comum e inútil e o transforma completamente. O salmista afirmou o seguinte: "Corno um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece dos que o te­mem. Pois ele conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó." (SI 103.13,14.) É verdade. Não passamos de pó. Contu­do a Bíblia afirma que somos um pó que ele ama e que ele criou para ser "um pouco menor do que Deus", coro­ado "de glória e de honra" (SI 8.5). Então ele pega o pó de uma alma temerosa, perfeccionista, empreendedora e que acha que "sabe tudo", e confere-lhe maturidade, conformando-a à imagem de Cristo.
4. O erro pode ser um sinalizador pelo qual Deus nos avisa que estamos acomodados a uma rotina e precisamos mudar algo.
Gosto de obter sucesso sempre. Sinto-me bem quando tudo está correndo tranqüilamente. Agrada-me sentir-me confor­tável; e certamente a você também. É por isso que, quando tudo vai bem, quando o mar está calmo e as crises são contornáveis, queremos que continue assim. E não é errado desejar isso, pelo menos por algum tempo.
O perigo começa quando ficamos por demais acomoda­dos. Uma vida demasiadamente tranqüila pode cair na roti­na. Quando fazemos da sensação de segurança e da comodi­dade um santuário que nos defende das intempéries da vida, aí a situação se complica.
Alguém afirmou que um navio ancorado no porto acha-se perfeitamente em segurança, mas não é para isso que ele existe. Não foi para que ficássemos escondidos no porto que Cristo morreu na cruz em nosso lugar. Não foi para que bus­cássemos um lugar seguro que ele se sacrificou por nós. É verdade que uma existência sem muitos riscos parece mais tranqüila e cômoda. Contudo, se empregarmos nosso tempo e nossas energias procurando formas de escapar dos perigos de uma vida autêntica, perderemos a visão espiritual e tere­mos uma existência medíocre e estagnada.
O poeta James Russell Lowell expressou essa idéia num poema.
A vida é uma folha de papel em branco,
Onde cada um de nós tem de escrever
Suas palavras, sejam uma ou duas,., e depois cessar.
Então escreva algo de grandioso, mesmo que tenha tempo apenas para uma Unha. Que ela seja sublime. Não é crime errar. O crime é mirar baixo!4
Uma atitude inadequada diante de uma falha é um "cola tudo" que nos mantém agarrados à rotina da imaturidade, da irresponsabilidade e da mediocridade. O maior erro que podemos cometer é ter medo de errar. O maior perigo que corremos não é o de cometer uma falha. Se estivermos cami­nhando em direção a determinada meta e fizermos um erro, poderemos analisá-lo e com isso voltar ao caminho certo. Se mantivermos uma atitude positiva para enxergar o que há de bom nas críticas ou em experiências adversas, poderemos aprender com elas e fortalecer-nos mais.
Nossos erros sempre nos deixam mais alertas e constituem uma oportunidade para nos examinarmos a nós mesmos, isso é mais proveitoso do que permanecer seguros e tranqüilos naquilo que é de valor secundário. O erro nos obriga a refletir, a conversar com alguém. E pode levar-nos a abandonar as cercas da vida. Força-nos a arriscar-nos um pouco.
5. O erro é um aspecto básico do sucesso.
Certo dia, o diretor de um banco comunicou a um dos seus vice-diretores que iria aposentar-se e que o escolhera para ser seu sucessor na chefia da empresa. O jovem ficou extasiado pela honra que lhe era conferida e, ao mesmo tem­po, preocupado devido à responsabilidade inerente ao car­go. Assim que se refez do espanto, agradeceu:
- Obrigado, senhor! Em seguida, num tom mais sério, disse:
- Sempre o admirei muito pela sua habilidade à frente os negócios. Qual é o segredo do seu sucesso?
O velho diretor pôs a mão no queixo, pensou um instante e em seguida replicou:
- Saber tomar as decisões acertadas.
- E como foi que o senhor aprendeu a tomar decisões acertadas? indagou o jovem.
Com um brilho diferente no olhar, o diretor respondeu:
- Tomando algumas erradas.
É impossível separar o fracasso do sucesso; são as duas faces de uma mesma moeda. Ninguém aprende a tomar decisões acertadas sem antes fazer algumas erradas. Quem não assimila as lições dos erros cometidos nunca poderá obter sucesso. E para cometer erros, temos de nos expor e fazer tentativas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

FAÇA AQUI O SEU COMENTÁRIO SOBRE O NOSSO BLOG