Disse Jesus: “Foi-me dada toda a autoridade nos céus e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei.” Mateus 28.19-20
“Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra.” Atos 1.8
Enquanto pastor sênior da nossa igreja, como você já sabe, preciso viajar bastante para muitos lugares, tanto regionalmente, quanto nacional e internacionalmente. Viajo muito menos do que sou convidado e bem mais do que gostaria, por conta da família, da igreja e do desgaste. Hoje, apesar de estar aceitando menos convites, parece-me que viajo mais. E, nesta semana, retornando de uma dessas viagens internacionais, estava conversando com Deus e Ele foi muito claro, falando à minha mente e ao meu coração, que nossa igreja tem atuação e impacto global. Por isso, o mundo é nosso ministério, ou seja, o nosso campo é o mundo! Nossas viagens são consequências de um ministério vivo, influente e em franca expansão.
Mais do que nunca, hoje somos uma igreja “glocal”, isto é, global e local simultaneamente, como está escrito em Atos 1.8 e Mateus 18.19-20. Na verdade, todas as igrejas cristãs, pela vontade de Deus, são “glocais”. Contudo, a maioria dos crentes e das igrejas infelizmente, não quer pagar o preço dessa natureza e missão, pois ela é custosa, cansativa e trabalhosa. Veio-me à mente uma ilustração: um prefeito viaja menos que um governador, que, por sua vez, viaja menos que um presidente. Por quê? Simplesmente pela atuação, representação e interesses. Nossa igreja, comissionada por Deus, tem interesses globais, que são os de buscar e salvar o ser humano onde ele estiver, em todas as nações. E o papel do líder é ir à frente, abrindo caminhos. O líder recebe a visão, traça as estratégias e envia os que darão continuidade para a execução plena da missão.
Pela graça de Deus, todos já aprendemos, em nossa comunidade, que temos uma missão global. Nossos passaportes estão prontos, como primeiro passo ao envio! Jesus foi tão claro e contundente em suas palavras de que o campo está branco para a colheita, e ainda, que a colheita é grande e poucos são os dispostos a essa tarefa (Lc 10.1-2)! Precisamos frisar que Ele não nos deixou um conselho ou sugestão, mas nos deu uma ordem, nos comissionou para uma missão global, que se inicia de forma pessoal, depois local, chegando ao plano nacional e internacional. Como bons servos, o que devemos dar como resposta é apenas o cumprimento, isso é, a obediência irrestrita e incondicional a essa ordem. Do contrário, estamos nos omitindo ou desprezando Sua Palavra, o que significa que estamos em pecado de desobediência e rebelião. Seja um cristão de primeira linha: tenha uma mente e um coração missionário, esteja disponível para ir aonde Deus o enviar! Já disse algumas vezes: a igreja não é o ponto de chegada, a igreja é o ponto de partida! Chegamos à igreja para sermos batizados, discipulados, treinados e enviados ao mundo, que começa em nossa casa, condomínio, bairro, cidade, estado e nações. Estamos todos em missão, ora aqui e ora lá!
Minha pergunta é a seguinte: se somos cristãos e essa ordem é tão clara nas Escrituras, por que tantas igrejas não a obedecem? Lamentavelmente, a grande comissão está sendo negligenciada por igrejas pequenas e grandes, tradicionais, pentecostais e neopentecostais. Essa doença atinge qualquer tipo de igreja e liderança, em qualquer lugar. Sejam igrejas que apenas abrem suas portas aos domingos para os poucos que ainda a frequentam; ou as que se reúnem socialmente nos bairros de classe média uma vez por semana em algum ambiente aconchegante para alguns cânticos, orações e uma palestra; ou ainda, igrejas neopentecostais ou comunitárias que abrem suas portas todos os dias e em alguns horários para mais uma semana de “poder” e que não cuidam de seus membros por meio de pastoreio intencional; ou igrejas que não servem a cidade onde vivem através de ministérios sociais de cuidado e misericórdia aos mais carentes. Enfim, uma igreja que não vive missões como estilo de vida pode ser uma igreja de verdade?
Cada viagem de um dos nossos pastores, ministros, líderes e voluntários, nacional ou internacional, de ensino ou de ajuda humanitária, faz parte da nossa missão! Não podemos ignorar ou desprezar a Grande Comissão dada pelo nosso Senhor Jesus em detrimento apenas de nossos gostos, preferências ou agenda lotada. Os recursos virão à medida que tivermos amor, fé e disponibilidade.
Hoje, como igreja comprometida com a missão, atuamos em nossa cidade e região por meio da Rede de Células (650 em todas as regiões), dos 140 ministérios da igreja, da ABAP (que atua com 18 programas e serve a 2.000 vidas por mês) e da Rádio Cidade. Aqui em SJCampos, atuamos por meio do Colégio Inspire, com 345 alunos, das nossas celebrações em cada um dos 6 campi (14 cultos somente dominicais, atendendo 10.000 vidas), atuamos em nosso estado e nação também através da Rede de Igrejas da Cidade (9 igrejas) e da Rede Inspire de Igrejas (193 igrejas em 3 anos), ambas crescentes e que já ultrapassaram os limites nacionais. Atuamos por meio de viagens missionárias internacionais, como tivemos no mês passado para Portugal e Senegal, e em todos os níveis através da internet, programas de rádio e TV, via rede de TV e da internet, também continuamos em missão por meio da publicação de livros e periódicos que vão semeando o evangelho de forma “glocal”! Recuso-me a ser pastor e líder de uma igreja voltada para si e sua agenda local. O Evangelho e a igreja pertencem à “prateleira de cima”: estão em outro nível! Precisamos ampliar a visão para ampliar o alcance do Reino!
Tenho fé de que vou prestar contas diante de Deus de um grande rebanho, composto por grandes servos de Deus. Gente da Palavra, de visão, da oração e da prática. Gente corajosa, amorosa, abnegada na sua missão de forma pessoal, local e global, um povo destemido de fé e amor, uma igreja que se importou com a dor e as mazelas das pessoas. Um povo que acredita no mover sobrenatural da fé, que tem o real poder de Deus sobre suas vidas para serem agentes de milagres e transformação de vidas. Uma igreja saudável, dirigida pelos eternos propósitos de Deus, missionária, que é “permanecedora” em Cristo, que vive e celebra sua recuperação dia após dia na dependência do Espírito Santo. Uma igreja peregrina, contextualizada, que vive em obediência à Palavra do Senhor. Já passamos do tempo de termos apenas ovelhas tradicionalistas, acomodadas em seus costumes. Por outro lado, o Senhor nos livre de sermos um rebanho consumista das bênçãos de Deus, que deseja apenas receber, ir à igreja apenas para saber da última notícia de poder e se esquecer de que a vida cristã está mais relacionada a dar do que receber: “Há maior felicidade em dar do que em receber” (At 20.35).
Estamos comprometidos em ser uma igreja com visão local e global, cumprindo o Grande Mandamento e a Grande Comissão em todos os lugares, no Brasil e no mundo!
Por isso, no próximo domingo, lançaremos a campanha Imagine o nosso Auditório, porque, na verdade, aqui é apenas o ponto de partida para milhares e milhares de vidas saírem para transformar o mundo de forma “glocal".
Pr. Carlito Paes
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